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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Quintessência

Enviada: 23:00 "Eu fiz café. Você quer? E tenho cookies de chocolate."
"Eu quero. Quero você também, vem pra cá."
"Eu vou. Fiz pouco café porque todos aqui já estão dormindo e não teria que partilhar com ninguém, mas divido com você. Ficou bom, rs. E não irei te atrapalhar, ficarei quietinha na sua cama lendo meu livro enquanto você termina, prometo."
"Ah, você vai ficar quietinha? Não quero você quietinha não. Pode atrapalhar..."
"Bem... então deixa o livro pra lá."

Enquanto dizia tais coisas eu construía a cena em minha mente involuntariamente, e (como uma falha, que não fui capaz de reparar à tempo) a cama em que eu estava sentada era a sua. E o café que eu tomava durante a distração da leitura, era à espera de que você terminasse seu trabalho. Eu esperava quieta, por estar em paz porque esperava te tendo ao alcance dos meus olhos, logo à minha frente, onde vez ou outra te fitava, com olhos de amor e desejo. E o quarto, o quarto em que eu me encontrava era o teu, todas as coisas, dispostas meticulosamente da mesma maneira que eu conseguia me lembrar. E o livro, o livro que eu deixava de lado, era por você...

Tem-se tornado quase um prazer, essa dor.

                                         -

"Foi um milagre - mais que um milagre - quando encontrei você, Melanie. Agorinha mesmo, se me dessem a escolha entre ter o mundo de volta e você, não seria capaz de abrir mão de você. De salvar cinco milhões de vidas."
"Isso é errado."
"Muito errado, mas verdadeiro."


MEYER, Stephenie

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

everything will be alright


Como é estranho quando está tudo bem. Quando o vazio permanece, oco, mas sem latejar dor e saudade. Sem precipitações lacrimais. Sem vontade intensa de sair correndo, jogar tudo pro alto, voltar pro passado, fugir pro teu lado. Quando tudo se passa sossegado, um dia de quase paz. O estranho de não sentir vontade de chorar com coisas que simplesmente se ligam à você de maneira ininteligível. Uma vontade benevolente de encarar a vida, a minha vida, essa realidade. Uma vontade de me esforçar pra conseguir progredir, para conquistar independência. Essa noite, tenho desejo de crescer.
E a estranheza de terminar um dia fazendo tudo o que eu queria fazer. Tenho sido tão corajosa, tenho arriscado grandes aventuras, tenho me divertido tanto... Não tenho mais ignorado meus desejos loucos, eu os realizo. Todos eles. É como se eu estivesse vivendo, uma vida que não é a minha, não é o que escolhi nem o que acho que escolheria, mas vivendo, extraordinariamente. Não senti ausências no decorrer do dia, às vezes até parecia suficiente, até demais pra mim... Mas no fim do dia, eu o noto. Ele ainda está aqui. E ele se confirma com o silêncio. Mas é como se fosse pleno, meu vazio.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

É bom ser menina, na varanda...


Faz muito frio agora, lá fora. Daqui eu vejo tantas luzes piscando, a noite é tão linda...
Houve tempos em que daqui, às únicas luzes que eu via eram as das estrelas, e o frio que geava, era aqui dentro, de mim. Mas eu me acostumei a conviver com esse frio que gela no vazio do meu peito, e eu me acomodei a não ter ninguém pra aquecer. A saudade que eu sinto agora é amena, e o gosto da dor se confunde com tabaco.
Faltam só três dias, e ainda não sei se me manterei no silêncio de me manter distante, só a imaginar...
Pisca-piscas alegram as outras casas, e no céu de agora não há estrelas, não tem lua, não brilha, não se afasta, não dói.
Já foram um, dois ou três cigarros, eu prometi parar de fumar. Eu não sei me manter distante. Eu fico perto, de longe. Eu gosto de te observar daqui, é mais seguro. E eu convivo com as migalhas que tenho; as concilio todas e alimento um amor bem grande, bem maior que eu.
A vida é complexa demais, e eu já não tenho mais conclusões pra tirar. "Deixa a vida pra lá." No fundo eu vou sendo feliz por poder esperar.
Eu jurei mudar muitas coisas, e eu me farei cumprir.
Quero voltar a ser eu mesma, às vezes até eu sinto falta de mim, até de mim. Quero voltar a rir com os nenês, com os cachorros, com meus avós, quero ver de novo o encanto da vida com inocência, mesmo o tendo perdido durante tanto tempo. Quero ter paz quando estiver longe. Quero saber dizer não. Quero reaprender a evitar. Quero saber sofrer em silêncio. Quero guardar as palavras.
Eu vou deixar pra trás tudo que me faz mal. Eu vou guardar tudo que aprendi. Eu vou voltar, vou fazer do jeito certo, vou ser forte de verdade. Errar cansa. Errar sabendo que se está errando, é tolice. Cansei de ser tola.
Quero voltar pro meu mundo, e mesmo que seja solitário, quero saber que estou fazendo o menos errado possível fazendo do meu jeito, quero saber onde estou pisando, quero não sentir culpa, quero continuar amando.
"O mundo balança, sem descansar."
Pessoas esquecidas em seu próprio mundo dão menos passos em falso, se machucam menos.
Eu gosto de ser o que sou. Pra variar.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Nota ao leitor

Alguns textos aqui, embora relatem fatos do presente, se encontrarão escritos no passado.
Escrevo-os assim, muitas vezes, porque sei que meus sentimentos são efêmeros, e ultimamente tenho oscilado tão rápido de humor, que ao materializá-los, simultaneamente, eles vão deixando de existir.

Esses dias em que o desejo de te ter de volta é mais forte que a chuva, dias de chuva forte

Chovia forte. Eu estava encharcada, mas não me importava. Eu nunca fui desse tipo de gente que prefere esperar a chuva forte passar para enfrentar seu caminho, eu sou imediatista, tenho pressa, mas não medo de me  molhar. E de fato, eu não me importava com o frio que estava sentindo, o único sentimento que me fazia tremer era o desejo de ter você ali comigo. Queria segurar a sua mão, queria aquecer as minhas em você. Eu queria mesmo era reconhecer os teus lábios, sentir mais uma vez a tua pele, molhada. Queria que você enxugasse o meu corpo depois daquela chuva.
Me agradava que estivesse chovendo em mim, assim ninguém saberia distinguir as lágrimas, da chuva. Assim, ninguém saberia que aquelas gotas em minha face não vinham do céu, e sim do meu coração.
Eu não queria voltar para casa, não queria ter que enfrentar a minha realidade. Eu não queria ter que secar o corpo que eu só queria que você secasse. Eu não queria ver ninguém, eu nem sequer tinha alguém.
Eu queria ficar mesmo só, ali, de baixo daquela chuva, no frio. Só eu e aquela água que lavava meu corpo de todo toque que não fora o seu. Eu não queria de modo algum ouvir o meu próprio desespero. Preferia ficar ali, ouvindo os pingos que vinham do céu colidir em minha pele ou no chão. Por fim encontrei um lugar coberto, acendi meu último cigarro, e fiquei ali, mantendo meu rosto molhado...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Transbordando


Hoje eu estou com uma vontade insuportável, incontrolável, uma vontade que não cabe mais em mim de viver.
Isso é tão incrível, e ao mesmo tempo tão angustiante.
Porque estou presa em mim. Estou presa à minha realidade. Estou presa às regras que me estabeleceram.
Eu nunca havia notado antes, mas nós vivemos todos encarcerados, fazendo todos os dias as mesmas coisas, como máquinas. E as vontades que gritam em nossas almas, elas são fortemente reprimidas.
Eu preciso sair, preciso sentir algo novo, preciso sentir o cheiro de um lugar que nunca fui. Preciso assistir à um filme inédito em um lugar distante pra ter aquela sensação boa do desconhecido, do nunca vivido, de viver.
Eu preciso de liberdade, meu corpo clama por isso, minh'alma se debate e tenta sair, tenta alcançar a vida.
Estou cansada de ficar do lado interno da janela, eu quero ser a paisagem que sempre admirei, eu quero estar de fora, eu quero protagonizar a minha vida, eu estou tentando ser atuante.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Muted whisper of the things you feel.


Tem um gosto ruim. Tem um péssimo gosto. Aquele gosto horrível de comer doce quando se quer algo salgado. Aquele gosto amargo de fazer, por ter que fazer, e gostar, sem querer.
Ser contrário à você.
Virar tudo do avesso. E fazer, pra tentar se salvar. E tentar se salvar, tentando fugir. E conseguir, mas saber que é ilusão, e que esse montinho de ilusões empilhadas, um dia desaba sobre você e tudo volta ao princípio, à origem.
E você mente para si, todos os dias, para não voltar. E não volta para não sofrer. Não sofrer, porque amar dói, a dor mais perene e prazerosa, que se torna um vício, e vícios... Vícios matam (amor). E esta morte me separaria de você definitivamente, sem direito a esperanças imortais.
Eu não queria. Eu nunca quis nada além. Não, não a partir do momento que enxerguei o que eu queria acima de tudo, a partir do momento em que visualizei o tesouro daquele mapa antigo que eu sempre analisava. O verdadeiro. O autêntico, que não precisava de nada mais além de ser, puramente, o que era. E todos os defeitos tornavam-se as mais belas de todas as qualidades...
A partir daí eu não quis mais nada. Não desejei pífias novas experiências. Pra que eu desaria o novo, se eu tivesse, sem dúvida alguma, o melhor, dentre todos os jamais experimentados?
Mas ele gosta de mim. (Eu não tenho você) Ele se importa, e me quer por perto. (Você, eu não sei por onde anda) Ele é tão divertido. (Você não me procura, você foge de mim) Ele me distrai bem. (Mas eu continuo pensando em você quando estou com ele) Mas sabe qual a melhor qualidade dele? Ele se parece tanto com você. E é só por isso, apenas por esse motivo bobo que estou com ele.


sábado, 19 de novembro de 2011

A casa está uma bagunça;



Entre. Fique à vontade, abra a geladeira se for de seu desejo. Pode levar contigo o que quiser quando for embora - todos sempre se vão, e não é apenas por um interstício de tempo, nunca é - bem, isso se ainda houver aqui algo que se queira.
Me levanto todos os dias e não há mais ninguém aqui dentro, conjecturo que devo ter dormido só. Sempre olho através da janela, mas nunca há beleza lá fora que me faça mudar, que me dê ânimo para arrumar todas essas coisas. Vazio. Ao meu redor as coisas se espalham, os sapatos, todos eles estão jogados em estado de entropia pelo chão, e dividem esses poucos metros cúbicos com mochilas, algumas peças de roupas, papéis de origens distintas; garrafas de cerveja se empilham nos cantos - onde algumas vezes, acidentalmente, repousam também algumas cinzas de cigarro - às vezes minha mãe as retira, às vezes não.
Meus livros dispersam-se por todas as superfícies elevadas, cômodas e mesas de estudos, e sujam-se; centenas empilhados, assim como se empilham meus planos de estudo, meu peso na consciência e as coisas que tenho por fazer...
Há sempre alguns copos com água aqui também, alguns já vazios, eu os trago para auxiliar na ingestão de alguns remédios, e sempre esqueço de levá-los de volta. Meu pai costuma reclamar. Ele reclama também da bagunça que está a minha vida, da falta de compromisso que tenho tido para com as coisas, da desordem da minha cama, ele me disse que eu deveria arrumá-la diariamente, mas costumo dormir sob vários objetos, por desleixo ou por pura embriaguez.
Bem, no fundo eu concordo com ele, concordo que eu deveria ajeitar toda essa desordem que ando levando minha vida, é verdade. Mas simplesmente não me restam mais forças, e tudo isso é apenas reflexo, de um dos ângulos, de como as coisas tem sido aqui por dentro, e eu não tenho como mudar... A felicidade às vezes transpassa essa porta, mas ela entra, e quase simultaneamente, me deixa. Todo o tempo. E só quem permanece aqui dentro comigo é a solidão, amor, que vez ou outra traz consigo a saudade e a tristeza.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

today, i'm not myself at all


16:03 - BREAK. Recolhi minhas coisas e rapidamente as lancei desorganizadamente dentro da bolsa. Fui umas das primeiras a deixar a sala.
O sol do lado de fora fazia-se acolhedor, mas a claridade machucava meus olhos. Sentia-me flutuar, não parecia estar em mim mesma, não totalmente.
Já me sentia acolhida pela sombra das árvores quando deixei cair acidentalmente um papel, ainda correu-me pelo pensamento parar para pegá-lo, mas não poderia ser nada de importante. Pássaros cantavam nos arredores, em tom alegre - como eles costumam fazer em dias ensolarados que vêm após alguns dias de chuva - fazendo os sentimentos interiores da gente dançarem...
Atravessava a pista calmamente, quando avistei um Fusca amarelo, era um carro personalizado, mas não pude observá-lo melhor pois ele estava coberto com uma daquelas capas que usam como proteção às tinturas dos carros para que não sejam danificadas pelo sol, do modo como minha pele era, naquele exato momento.
Dobrei à esquina. Avistei minha loja de chocolates predileta mais à baixo, na mesma comercial. Sorri, com a alma. Poucas coisas ainda me faziam companhia de modo a aproximar-se tanto da plenitude como meus chocolates e cigarros. E quando se diz poucas, quer dizer-se quase nenhuma.
Adentrei a padaria de todas as sextas à tarde, e pedi, como costumeiramente fazia, meu suco de laranja. Observava, durante o tempo de preparo, as cortinas por trás do balcão, eram brancas e simples, pareciam até mesmo feitas à mão. Tomei meu suco. Sabe, eu sentia uma imensa paz interior, talvez por estar um pouco fora de mim, e quem sabe, não tivesse mais paz sem eu mesma. Sentia-me calma, calma como se ainda o fosse encontrar às 18:30...
Peguei minha comanda. Dirigi-me ao caixa. Saí tomando o caminho oposto para comprar meus chocolates. Aquele lugar tinha cheiro de amaciante, e isso me fazia relembrar do que nunca havia me esquecido... Senti-me não distante de casa, novamente.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Me i wanted, i wanted, the right time;

                                             
        É apenas mais um dia menina,
        só mais uma semana,
     só mais um mês,
talvez;
    mais alguns anos.
     a vida é só isso, espere
                                        só por mais uma manhã de domingo                     

"Eu cultivo a ilusão. E todos se interessam."

Dia segundo do mês de Novembro;

Está começando um novo mês. Novo, dentre os cinco anteriores que um dia também foram novos.
Dia dos mortos. Cômico, os vivos comemoram. Dia do ano em que todos os atarefados agradecem por existir. Dia de não ter obrigações que transpassem o peso da consciência. Sabe, o dia parece lindo lá fora.
Minha mãe está fazendo faxina, começou então, naturalmente, a reclamar. Eu acabei de acordar e já sei desde agora, antes mesmo de encostar a sola dos meus pés no chão, que brigaremos no decorrer do dia. Meu pai tenta se distrair em frente ao computador, e meu irmão camufla-se em seu silêncio. Queria não precisar nem sequer abrir a porta do quarto pelo restante do dia...
Estamos em Novembro, e eu pensava, até ontem, que tudo tinha ficado para trás nos meses anteriores, doídos e ensolarados. Eu tenho novos horizontes para observar agora, tenho feito coisas melhores dos meus dias, tenho estado com novas pessoas; pessoas que não me lembram você, todo o tempo.
Eu tenho tentado de fato te esquecer... mas ainda me lembro.
Eu até pensei que estivesse me apaixonando por outra pessoa, eu sinto falta dele também; e agora é dele que procuro saber. Quase me apaixonei por uma outra pessoa há uns poucos meses, depois, quase me re-apaixonei pela minha menina, semana passada quase me apaixonei por duas outras pessoas... Mas tudo não passou do plano do quase.
E mesmo com todas essas quase paixões para pensar, mesmo com o coração livre, mesmo com novos lábios tocando os meus lábios, e tantos novos amores para idealizar... Hoje, eu sonhei com você.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

saída do elevador

Ela não aceitava que estivesse vivendo aquele momento. Estar ali, defronte à pessoa que mais amara em toda a sua vida, e não conseguir ter forças para sentir exatamente naquele instante mais que um mister de tristeza, rancor, vergonha e precipitações de choro. Ela mal podia se mover. E não se perdoava por não encontrar mais forças para vencer o orgulho e agir conforme mandava o sentimento que a possuía. Ela nunca se perdoou por não tê-lo abraçado naquele momento, que apesar de tudo e que acima de qualquer coisa o tivesse dado seu último abraço, e o melhor de sua vida. Mesmo que fosse pesado, pesado de mágoa, tristeza, e dor. Tudo isso seria para ela apenas conseqüência do peso real daquele abraço, o amor que sentia.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

leviano;


Uma porção de pequenas coisas, irreconhecíveis perante o coração, para tentar preencher os vazios que a vida te impõe.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

uma criança com o meu olhar

Posso me ver naquela menina,
Enxergo-me, límpida, ao olhá-la.
É como se possuíssemos almas substancialmente parecidas;

Ou talvez ela apenas viva uma vida que eu queria,
Ou queira;
Ou ela viva uma vida que, era, a minha.

Eu a vejo com um amor,
Um amor que eu queria.
Ou queira.
Ou tivesse conhecido.

Ela é tão inocente, tão pura de coração.
Eu vejo através da janela de sua alma.
Eu me vejo naquela menina.

Olho aquela linda barriga,
Que abriga;
Uma prova do amor.

Me vejo em cada cachinho daqueles cabelos.
E me vejo naquela verdade de ser;
No ser o que se é.
Em assumir-se.

Vejo-me naquela alegria que ela tem de viver;
Quimera,
Aquela que um dia houve em mim.

Ela carrega no sorriso,
E na despreocupação de ser,
A felicidade que ela tem.
A felicidade que preenche seu coração.

Ela vai ter uma criança.
Ela é uma criança.
Ela, é amada.


                                                                                                                                   "Para minha menina 26"

entre pitadas de cigarro

Viver: uma busca desesperada e perene por encurtar a vida. Essa existência esgotante, e vazia. Sem um sentido passível. Sem uma possível compreensão.
Tudo está muito turbulento, de fato, tudo é. Mas nenhuma destas turbulências me afetam realmente. Minhas mãos estão frias, mas o meu rosto está quente. Há lágrimas, mas essas lágrimas não são sinceras. Meu coração não às reconhece.
Essas turbulências, esses sustos, essas coisas que dão errado sem aviso prévio ou motivo plausível. Nada disso acelera meu coração, nada mais agita minha alma. Torpor corre em minhas veias, na verdade, caminha lentamente.
Apatia é o meu novo nome. Seco minhas lágrimas e estou recomposta.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

reflexos de um coração arrefecido;

Como desejei que aquelas mãos frias que segurei pela última vez não fossem as suas... Como eu quis ter me enganado, e por acidente ter segurado mãos erradas. Naquele momento desejei tanto que àquelas mãos frias que segurei fossem mãos de um outro qualquer, de um transeunte na rua, de um desconhecido sentado no banco ao lado... E então você diria baixinho ao meu ouvido "Amor, solte a mão deste rapaz desconhecido, se não nos atrasaremos!" e aí as mãos geladas teriam sido apenas um efêmero pesadelo - daqueles que se tem mesmo estando acordado - e eu olharia nos seus olhos, sorriria, inenarravelmente contente por ter me confundido. E você envolveria então minhas mãos, trêmulas do susto levado, nas suas, sempre aquecidas e simétricas às minhas. E me levaria para casa segura, inteira.
...
Mas aquelas mãos frias não deveriam ter sido as tuas. Nunca as tuas.

domingo, 16 de outubro de 2011

sábado, 15 de outubro de 2011

Clube da Mafalda

fluxo de consciência


Hoje, em uma conversa totalmente aleatória, em uma tentativa vã de ocupar a minha mente com alguma outra pessoa dessas que tenho conhecido, e que não me valem um terço do que perdi, eu ouvi algo. Foi banal, um discurso trivial de mais um que tenta ser diferente… Mas me fez refletir.
Refletir sobre coisas que tornei veracidade incontestável em minha vida. E sabe, de fato, às vezes em nossas vidas escolhemos as coisas erradas para acreditar…
É como crer em algo, quando se é criança, inocente, e descobrir algum tempo depois que mesmo que aquilo tenha feito muito sentido durante algum tempo, e que todos tenham feito de tudo para maquiar aquela mentira como verdade, de maneira quase que exímia, tudo não passou de uma mentira… Que queriam te fazer acreditar, e você escolheu acreditar.
Um dia, não mais tão criança, mas certamente ainda tão inocente quanto, eu escolhi acreditar em alguém. Escolhi acreditar em palavras bonitas e bem articuladas. Escolhi acreditar em um sentimento descrito, e para mim, tudo fazia muito sentido em tal descrição. Eu nunca havia conhecido ninguém tão bom, ninguém que se dedicasse tanto à mim, ninguém que me parecesse tão insigne, tão diferente, ninguém que me agradasse em todos os aspectos daquela maneira. Então acreditei, cada dia mais, acreditei como acredito nas coisas que posso ver e tocar, acreditei ao ponto de colocar tal sentimento como um axioma em minha vida, que por mais que eu dissesse não acreditar eu não podia negar à mim mesma que acreditava naquilo com todas as forças da minha vil existência. Acreditei ao ponto de torná-lo parte de mim, em retribuição. 
Mas eu já havia, noutras eras, experimentado diferentes sentimentos, havia experimentado o encantamento, a paixão, o envolver-se, o desejar… Não que fosse de todos os seres o mais experiente, mas certamente eu já sabia diferir o que eu mesma sentia, já sabia diferir a paixão do amor. E enquanto eu não o senti, não o fingi, jamais. E você o sabe. 
Mas aquela pessoa, tão boa, tão dócil, insigne… Não tinha precedentes. Não sabia o que seria se apaixonar, logo não saberia de modo algum diferir a paixão que sentiu, do amor… mas não o culpo, nem sequer sabe ainda o que é o amor…
Somos responsáveis por nossas escolhas… somos responsáveis pelo que escolhemos acreditar. A culpa é toda minha.

ausência de tudo, abesbinado


Hoje eu queria tanto encontrar alguém. Queria preencher, nem que fosse momentaneamente, esse vácuo que existe em mim com uma boa conversa, e me sentir bem. Eu queria mudar o foco e encontrar novamente pessoas com conteúdo, pessoas que não pensassem apenas em coisas fúteis e supérfluas. Queria falar, mas não apenas uma conversa boba, eu queria falar com pessoas que me olhassem nos olhos, uma conversa de alma, algo que me trouxesse paz, além de tudo.
Eu queria encontrar com alguém agora, alguém que eu tivesse realmente vontade de ver, e de permanecer ali, lado a lado.
Poderíamos flanar, andar por aí, sem rumo apenas. Ou poderíamos também sentarmo-nos em uma praça qualquer, conversaríamos sobre a vida… Metafísica, abstração, falaríamos do que é indelével, do que existe e não se pode ver nem tocar, falaríamos sobre o elixir da vida, sobre a saudade, sobre a dor, e a felicidade, e poderíamos então ficar em silêncio, conversar através de olhares e aprender tudo que o silêncio pode nos ensinar…
Eu queria tanto voltar para casa.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011





Eu sempre gostei de observar esses tocos de cigarro queimando. Como os restos de um amor. Ambos se consomem aos poucos, queimam vagarosamente. O vento se encarrega de espalhar a fumaça, levando-a para algum lugar distante. Pedaços morrem, se desfazem, mas a chama continua a consumi-lo, ele vai diminuindo. Se gastando. Até que sozinho, se apague, e você precise de outro para satisfazer as suas necessidades...
E há quem jogue fora, antes que chegue ao fim.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

noticiário;

Passava na tv uma reportagem qualquer, eu nem sequer assistia, mas virei-me mecanicamente no instante em que relatavam um acidente com um "trem" (mas de fato, era um bonde).
- Que bonito! Um tremzinho. Eu não sabia que existiam trens aqui!
Disse zombando, logicamente que estava ciente da existência de tal meio de transporte no meu país, apesar de incomum, mas zombava meu próprio desgosto por morar em um lugar que nunca me pareceu histórico, interessante e encantador o suficiente.
- Agora não existe mais. Você descobriu muito tarde!
Minha mãe falou. Apenas um comentário, descomprometido. Como quem prosseguia com o ar brincalhão e zombatório da "conversa".
Era sempre assim. Eu soltava, sem sequer pensar, um comentário sobre uma coisa aleatória, sem um motivo qualquer, apenas para fingir que pensava em outras coisas e que me interessava por outros assuntos. Mas eu sempre terminava, invariavelmente, de volta ao princípio. Em meu único pensamento. Era quase uma doença. Uma quase loucura. Fixação.
Ela, com esse comentário inocente sobre o meu descobrimento tardio do encantador tremzinho, fez-me refletir sobre tudo o que eu havia descoberto fora de tempo, tarde demais, protelei, adiei, e quando já não havia mais como, ignorei e tentei disfarçar... E quando vi era simplesmente tarde demais. Depois demais. Já não havia chance. Já não havia voz. Já não haviam forças, todas já haviam se esgotado em lágrimas dolorosas do calar-se por não ter mais à quem dirigir a palavra.
Eu apenas queria ter dito, enquanto era tempo, o quanto te amei.

sábado, 23 de julho de 2011

21/07

Eu precisava tomar uma decisão, não poderia ficar ali parada, esperando uma explicação para sempre. Então à tomei. Eu decidi seguir minha vida, mesmo com várias perguntas sem resposta na minha cabeça. Levantei da minha cama, ainda meio mole, com todas as forças escassas, abri a janela, e puxei o ar gélido e cortante para dentro dos pulmões. Lavei o meu rosto, colocando por cima de toda aquela angústia da saudade e da vontade de correr pros teus braços, um sorriso gentil, de pouca vontade. E por cima de toda a covardia de encarar todos os lugares nos quais estivemos juntos por medo da dor, por receio de ceder a minha vontade de deitar ali, onde costumeiramente deitávamos, e ficar, padecer, deixar minha dor e minha alma se esvaírem através das lágrimas que molhariam aquela grama, e à fariam nascer sempre verde e bela… Coloquei coragem, uma falsa coragem, encarei todos eles de perto, às vezes um pouco embriagada mas os encarei e senti o vazio fúnebre da sua ausência, a dor desleal de desejar com todas as forças apenas mais um abraço e ter como resposta o vazio da embriaguez e de apenas mais um trago… 
E eu caminhei em diversas noites frias, desejando-te ao meu lado, mas fechando os olhos para evitar que as lágrimas se formassem, e deixando os ruídos dos carros, dos passos, do vento me preencherem. Eu me sentia o tempo todo tão vulnerável, tão só, embora tivesse tantos amigos ao meu lado, eu sentia falta do mais importante, eu sentia falta do que costuma completar meu coração semi-concertado de outras quedas, do que costumava preencher o vazio que sempre ecoou dentro de mim.
E em todas essas noites, eu via tudo movendo-se com mais rapidez, o mundo com menos nitidez, mas sentia minha cabeça leve apesar de tudo. Sempre me serviram, as bebidas e os cigarros, eles certamente irritavam minha ferida, me faziam notar sempre mais minha solidão, porém ao mesmo tempo eles tornavam minha dor sempre suportável… Nunca à tirou de mim, nem sequer à tornou menor, apenas suportável

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Lembro de ti, recordo-me.
Em cada pedaço de mim que também é teu.
Eu tenho muito medo de ir, e deixar tudo isso para trás. Mas eu não quero ficar por medo, não seria justo; eu quero ficar por amor.
Eu pensei que pudesse esquecer certos velhos costumes, eu pensei que já nem me lembrasse de coisas passadas, eu pensei que pudesse enganar a mim mesma dizendo que essas coisas da vida em comum não ficavam marcadas. Não pensei que me fizessem falta umas poucas palavras. É que esse meu passado, de quando em vez, ainda me assombra e sinto falta de coisas que jamais pensei que sentiria.  
Eu decidi te deixar ir. Eu decidi parar de tentar segurar desesperadamente o nosso amor, que escorre como água pelas minhas mãos. Creio que quanto mais eu lutei para tentar mantê-lo mais ele se desfez em minhas próprias mãos.
Eu percebi que não posso mais tentar te obrigar a me amar e a ficar ao meu lado, como fazíamos antes…
Mas me perdoe se eu demorar a abrir as mãos que te seguram forte temendo ficar para trás, num passado remoto, temendo ter sido uma história de amor especial, temendo ser parte do que existiu de melhor algum dia, temendo estar junto no coração mas estar morta em vida, temendo perder o melhor de si para sempre. E se recusando a tornar-se apenas lembranças e nada mais, pelo resto de nossas vidas. 
Mas não se preocupe, estas mãos que te impedem, serão abertas… Assim que eu tiver forças suficientes para abri-las sem transparecer toda a dor que sinto e deixá-lo ser livre… Para sempre.

Prior;

Eu já perdi muito do que considerei importante um dia em minha vida, já vi dias mudarem, amizades se desfazerem, dia após dia assisti o rumo que minha vida tomava. Eu observava as estrelas, toda noite.
Mas elas nunca brilharam tão forte, e eu nunca havia sentido tanto medo ao respirar esse ar frio da noite em minha janela.
Eu tenho respirado dias melhores e enchido meu pulmão de alegria a cada inspiração. E isso me faz sentir tão bem que tenho medo. 
As coisas mudaram muito em minha vida. E nem é como se tudo fosse diferente, tudo é realmente muito diferente.
Enquanto parte de mim se sente muito feliz com essas mudanças, outra parte sente a dor impiedosa da saudade do que deixei para trás, de mim. E a maior parte do todo, sente medo.
E o que é o medo se não a recusa da possível e tão provável perda do que se tem de mais valioso?! Eu tenho medo, e suponho que todos que amam o tenham.
Eu tenho medo todos os dias, e às vezes tal sentimento me consome, me corrompe, me absorve as forças, e eu sinto o ar de meu pulmão se extinguir, sinto meus olhos umedecerem, e então algumas provas do meu medo incontrolado lavam seus beijos do meu rosto. 
Sim, aí então a dor pontiaguda e cortante da prévia de uma saudade de um tempo que ainda não se foi me preenche, mostrando-me o valor das coisas que “tenho” e a inestimável falta que me farão…
Mas as estrelas do céu ainda brilham, e com o embaçar dos olhos parecem estar cada vez mais distantes… 
(03/05)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Hoje acordei mais leve, senti minhas feridas quase fechadas, como se minha respiração forçada não as abrissem e doessem ainda mais.
É que tem dias que meu peito parece estar aberto, e qualquer coisa que tenha contato comigo, até mesmo meus próprios pensamentos, provocam dores e urticações, e abrem cada vez mais essa ferida. Cada vez que falam de você, cada vez que ouço seu nome, cada vez que me lembro, e cada vez que te vejo, isso acontece. É quase o tempo inteiro.
Mas hoje, parece que, não sei... Parece estar ocorrendo um processo de cicatrização. Me sinto quase curada, e não fosse a ausência de outras tarefas que evitem a minha procura por notícias suas de qualquer maneira, eu estaria quase normal, quase como antes...
Hoje acordar foi menos dolorido, e olhar através da minha janela a bela visão do dia ensolarado lá fora, não me machucou tanto, nem senti aquela agonia de ver nascer mais um dia, nem meu coração apertar desesperado até uma pequena falta de ar que me força a levantar o mais rápido possível e conversar com alguém em busca de distração, tentando relaxar os músculos tensionados pela ausência de...
Já procurei saber de você, antes mesmo que você tenha acordado, eu considero isso uma doença da minha parte, gostaria de me curar desse vício, aliás, não só desse...
Eu nem sei o que está me machucando tanto, se é não te ter aqui, não ter mais o seu amor, não ver você me procurar, se é saber de toda a verdade, se é não poder fazer exatamente o que eu quero, como se houvesse algo me impedindo, ou se é meu desejo quase que incontrolável de ceder, eu mesma, e ir atrás de você lhe dizer qualquer coisa que me faça sentir melhor, e eu odeio isso.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Eu sei que talvez você nunca veja isso. Eu sei que o tempo em que você olhava esse blog todos os dias, pensava em mim, e se importava com os meus sentimentos passou... Há muito tempo.
Mas eu me lembro bem, me lembro tão perfeitamente como era o seu amor...
Eu mal posso acreditar em tudo que tem ocorrido.
Na verdade, não posso. Acho que por isso tenho sofrido tanto. Mas você não se importa...
Você mentiu tantas vezes para mim, algumas mentiras eu conhecia bem, outras eu as sabia mas tentava maquiá-las em verdade, e se tornaram quase reais para mim. E outras... outras você nunca me disse, eu pedi tanto que me contasse... Mas hoje eu sei, e elas são mentiras imperdoáveis.
Mas isso não muda o que eu sinto, nada muda.
Eu só vim pra dizer que eu nunca menti para você, e eu te disse, quando o notei, que meu amor por ti seria indelével.
É uma pena, porque quando te amei verdadeiramente você já não me amava mais.

Eu tenho tanto à dizer sobre "nós"

Eu tenho pensado tanto, tenho imaginado tantas justificativas para o que você tem feito sobre nós. Eu já imaginei tantas coisas. Já tive várias certezas durante apenas um dia, e são essas incertezas, o imaginar e o nunca saber que me torturam, dia após dia.
Tenho tantos escritos, tantos pensamentos concretizados, mas você tem tido tantas ações contraditórias que eles perdem o valor assim que escritos.
Eu tenho te amado tanto, e sentido tanta dor por isso.
Tenho te odiado tanto, e sentido tanto horror por isso.
Sabe, às vezes encaro certas situações com naturalidade, mas quando paro para analizá-las, quando paro tudo, e tento compreender o que tem acontecido mais uma vez, eu vejo o absurdo que estamos vivendo. Nada do que estamos deixando acontecer faz sentido. Eu não consigo aceitar essa escolha que você fez e mantém, você nunca parou para pensar no que está fazendo conosco?
Eu tenho pensado tanto sobre nós, que chego à beira da loucura, quase todos os dias. Os fatos se confundem, eu penso muito e no fim não sei nem o que pensar.
Eu tenho tanto à dizer sobre nós. Mas eu não tenho coragem... Eu não sei se...
"Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo. Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada. Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: “Ei, não quer conhecer minha casa nova?” Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca. Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro… Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é."

sábado, 5 de março de 2011

Metamorphose

Eu te amo, amo mais do que imaginei que pudesse. E você me amou o suficiente para me fazer sentir a pessoa mais amada do mundo. Você fez quem sou hoje, obrigada por ter me tornado alguém nimiamente melhor.

1º de março;

Eu tenho um grande motivo para voltar (*o* postando novamente após anos de abstenção). É que repentinamente me dei conta de que havia aprendido algo com você. Algo de suma importância. Que  pensei que provavelmente demoraria um certo tempo para descobrir, mas não um tempo qualquer... Não um ou dois meses, nem um ou dois anos... Sempre julguei que levaria bem mais tempo que isso para compreender algo que se julga tão complexo e indefinível.
Mas eu pude compreender, assim como fui capaz de compreender tantas outras coisas em sua companhia. E não levou tanto tempo quanto eu julguei que levaria... Foi tão rápido que mal parece fazer um ano, passou na cronologia da minha vida como à velocidade da luz, mas foi tempo suficiente para vivenciar inúmeras coisas, descobrir tantas outras, aprender mais do que eu aprendi nos meus outros 15 anos de vida.
Eu aprendi com você o que é amar. Eu pude testemunhar a imensidão que existe entre a paixão e o amor. São coisas tão relacionadas e ao mesmo tempo tão distintas. Eu posso sentir.
Isso que sinto é simples, puro e sem interesse. Eu não sei se você me ama, e nem preciso saber para ter essa certeza de que eu te amo, e te amo independentemente da reciprocidade deste sentimento. Te amo e te amarei mesmo ao te ver com outra pessoa, porque embora eu te queira ao meu lado, meu sentimento não é egoísta, e furioso. Ele é paciente, singelo, verdadeiro e indelével.