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sábado, 23 de julho de 2011

21/07

Eu precisava tomar uma decisão, não poderia ficar ali parada, esperando uma explicação para sempre. Então à tomei. Eu decidi seguir minha vida, mesmo com várias perguntas sem resposta na minha cabeça. Levantei da minha cama, ainda meio mole, com todas as forças escassas, abri a janela, e puxei o ar gélido e cortante para dentro dos pulmões. Lavei o meu rosto, colocando por cima de toda aquela angústia da saudade e da vontade de correr pros teus braços, um sorriso gentil, de pouca vontade. E por cima de toda a covardia de encarar todos os lugares nos quais estivemos juntos por medo da dor, por receio de ceder a minha vontade de deitar ali, onde costumeiramente deitávamos, e ficar, padecer, deixar minha dor e minha alma se esvaírem através das lágrimas que molhariam aquela grama, e à fariam nascer sempre verde e bela… Coloquei coragem, uma falsa coragem, encarei todos eles de perto, às vezes um pouco embriagada mas os encarei e senti o vazio fúnebre da sua ausência, a dor desleal de desejar com todas as forças apenas mais um abraço e ter como resposta o vazio da embriaguez e de apenas mais um trago… 
E eu caminhei em diversas noites frias, desejando-te ao meu lado, mas fechando os olhos para evitar que as lágrimas se formassem, e deixando os ruídos dos carros, dos passos, do vento me preencherem. Eu me sentia o tempo todo tão vulnerável, tão só, embora tivesse tantos amigos ao meu lado, eu sentia falta do mais importante, eu sentia falta do que costuma completar meu coração semi-concertado de outras quedas, do que costumava preencher o vazio que sempre ecoou dentro de mim.
E em todas essas noites, eu via tudo movendo-se com mais rapidez, o mundo com menos nitidez, mas sentia minha cabeça leve apesar de tudo. Sempre me serviram, as bebidas e os cigarros, eles certamente irritavam minha ferida, me faziam notar sempre mais minha solidão, porém ao mesmo tempo eles tornavam minha dor sempre suportável… Nunca à tirou de mim, nem sequer à tornou menor, apenas suportável

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