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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Pra 2013;

Tudo que eu queria era paz, e um tempinho pra não pensar.
Eu não precisava apenas de férias comuns, eu precisava de umas férias de tudo. Umas férias de mim, umas férias dessa mente disfórica, cheia, bagunçada. Desses problemas e dessas preocupações recorrentes.
Eu queria uma praia, solitude, um cigarro. Vento que passa e parece varrer por dentro, o coração. E o barulho surdo do mar. Apenas.
Precisava de uma mente vazia e de um oceano a perder de vista, preenchendo o olhar. Aquele barulho do vento batendo nas águas e às desestabilizando. O barulho que faz o interior da gente querer explodir e se misturar ao todo, às miríades de grãos de areia, às gotas incontáveis de água salobra do mar.
Eu queria tirar todo esse peso que faz parecer que o mundo está sobre minhas costas.
Eu preciso me sentir completamente vazia de novo, e ao mesmo tempo sentir que meu interior é infinito.

Do que ficou em 2012;


Pele. Cheiro. Toque. Gosto. Sussurros. Risos. Um carro. Chuva forte. Vidros embaçados. Filmes não vistos no cine drive in. Rua deserta. Pixies. Guarda-roupas. Pés nos pés.
Nunca cogitei ser idônea de descrever algo como isso, porque é inefável, intangível. E aí está o gozo do poder sentir. Sentir é precioso, só você sente. O sentir é único e individual. Não se repassa, não se descreve, não se explica e não se repete nunca.
Tem o jeito do vento que bate, leve e úmido, arrepia, entra por de baixo da saia. E causa a mesma sensação de calafrios de uma febre que está por findar-se.