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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Prior;

Eu já perdi muito do que considerei importante um dia em minha vida, já vi dias mudarem, amizades se desfazerem, dia após dia assisti o rumo que minha vida tomava. Eu observava as estrelas, toda noite.
Mas elas nunca brilharam tão forte, e eu nunca havia sentido tanto medo ao respirar esse ar frio da noite em minha janela.
Eu tenho respirado dias melhores e enchido meu pulmão de alegria a cada inspiração. E isso me faz sentir tão bem que tenho medo. 
As coisas mudaram muito em minha vida. E nem é como se tudo fosse diferente, tudo é realmente muito diferente.
Enquanto parte de mim se sente muito feliz com essas mudanças, outra parte sente a dor impiedosa da saudade do que deixei para trás, de mim. E a maior parte do todo, sente medo.
E o que é o medo se não a recusa da possível e tão provável perda do que se tem de mais valioso?! Eu tenho medo, e suponho que todos que amam o tenham.
Eu tenho medo todos os dias, e às vezes tal sentimento me consome, me corrompe, me absorve as forças, e eu sinto o ar de meu pulmão se extinguir, sinto meus olhos umedecerem, e então algumas provas do meu medo incontrolado lavam seus beijos do meu rosto. 
Sim, aí então a dor pontiaguda e cortante da prévia de uma saudade de um tempo que ainda não se foi me preenche, mostrando-me o valor das coisas que “tenho” e a inestimável falta que me farão…
Mas as estrelas do céu ainda brilham, e com o embaçar dos olhos parecem estar cada vez mais distantes… 
(03/05)

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