Tem um gosto ruim. Tem um péssimo gosto. Aquele gosto horrível de comer doce quando se quer algo salgado. Aquele gosto amargo de fazer, por ter que fazer, e gostar, sem querer.
Ser contrário à você.
Virar tudo do avesso. E fazer, pra tentar se salvar. E tentar se salvar, tentando fugir. E conseguir, mas saber que é ilusão, e que esse montinho de ilusões empilhadas, um dia desaba sobre você e tudo volta ao princípio, à origem.
E você mente para si, todos os dias, para não voltar. E não volta para não sofrer. Não sofrer, porque amar dói, a dor mais perene e prazerosa, que se torna um vício, e vícios... Vícios matam (amor). E esta morte me separaria de você definitivamente, sem direito a esperanças imortais.
Eu não queria. Eu nunca quis nada além. Não, não a partir do momento que enxerguei o que eu queria acima de tudo, a partir do momento em que visualizei o tesouro daquele mapa antigo que eu sempre analisava. O verdadeiro. O autêntico, que não precisava de nada mais além de ser, puramente, o que era. E todos os defeitos tornavam-se as mais belas de todas as qualidades...
A partir daí eu não quis mais nada. Não desejei pífias novas experiências. Pra que eu desaria o novo, se eu tivesse, sem dúvida alguma, o melhor, dentre todos os jamais experimentados?
Mas ele gosta de mim. (Eu não tenho você) Ele se importa, e me quer por perto. (Você, eu não sei por onde anda) Ele é tão divertido. (Você não me procura, você foge de mim) Ele me distrai bem. (Mas eu continuo pensando em você quando estou com ele) Mas sabe qual a melhor qualidade dele? Ele se parece tanto com você. E é só por isso, apenas por esse motivo bobo que estou com ele.