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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Essa solidão me preenche por inteiro. Enche meus pulmões, o ar frio. As nuvens são densas. A neblina espessa me traga e eu não enxergo nada além.
A melancolia desse lugar é uma extensão de mim. A fumaça que percorre meus pulmões logo passa a se condensar com a névoa inerte. Somos só eu e mais um pouco de mim, ninguém mais. Ninguém pra me roubar de mim, pra pescar o meu olhar vazio que pensa. Que vê pra dentro, que busca palavras sem porquê. 
Às vezes eu gosto de viver aqui, esse lugar tem alma. É cheio de ninguém e os vazios são espelhos. Me sinto acolhida nessa luz azul adormecida. A vida aqui é úmida, como mofo, como terra molhada entrando na intimidade entre os dedos. Tem cheiro de saudade serena.

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