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domingo, 22 de janeiro de 2012

Ich Bin Die Andere


"- Ele me pegou, me levou pra casa e eu fui sua amante durante muito tempo... Bruno, o caseiro era amante de sua mulher. Carolin só tinha 8 anos. Éramos todos muito jovens, e muito bonitos também. Havia muito amor ali.
- Pra mim isso é exploração, não amor.
- E o que é o amor?"

Há tantas formas de defini-lo com beleza, magnificência e esplendor, mas o amor não é só isso... Não é apenas a parte poética e heroica a qual nos prendemos. A-m-o-r. Depende do ponto de vista, do ponto de referência, de quem observa, de quem dá, e de quem recebe. Depende inclusive de como se quer ver. Da mesma forma que para um miserável, faminto, 100 reais seja muito dinheiro, para pessoas que gozam de grandes fortunas 100 reais é apenas esmola.
E assim é com o amor. Ele se adéqua a forma que incide. O amor pode ser confundido com tantos outros sentimentos, e mesmo assim, não deixar de ser amor. Cada um tem o seu jeito de amar, e ao mesmo tempo, sente tantos gêneros de amor... Um dia, há de se aprender que, quem sabe, todas as formas de amor sejam válidas.

P.s.: Não consegui achar o trailer legendado. Tradução do título: Uma outra mulher, é um filme alemão com roteiro de Peter Märthesheimer (2006). O enredo é um tanto quanto singular, e realmente muito bonito. Aborda assuntos não muito usuais e que causam um certo estranhamento, mas é surpreendente e nos acomete/convida à muitas reflexões. Só vivenciando o filme para sentir.


sábado, 21 de janeiro de 2012

"Não vou atrás de ninguém. Não mais. Não quero precisar de ninguém. Quero seguir livre, entende?"

Mas quem disse que consigo me livrar de toda a carga que carrego dentro de mim, faça-se o que fizer para me livrar... Ela persisti, e continua aqui.
E como fazer quando o desespero me envolve em suas garras aterrorizantes? Para onde correr pra tentar afastar essa neblina pegajosa dos meus pensamentos mais pungentes? E nos momentos em que preciso me afastar de mim, furiosamente, preciso ficar longe, longe de mim e de tudo que me acomete quando baixo a guarda?
Eu acabo caindo em braços que estão abertos para me envolver... Preciso de palavras aveludadas que me acolham antes que eu recorra as únicas coisas que me restam - as lembranças - e acabe me rendendo. Eu findo me envolvendo em outros abraços. E acabo dependente de mais alguém, pra tentar suprir essa abstinência de você. Eu tento fugir, de todas as formas, mas acabo me prendendo em uma das armadilhas dispostas em meu caminho, eu sou fraca, e preciso de ajuda para me defender de mim.
Tem dias que é tão difícil a convivência comigo mesma sem que eu me machuque. Sem enlouquecer. Preciso de alguém que apenas diga tolices que me tirem do meu caminho de perseguição à dor. Qualquer pessoa que me toque e me chame pra fora desse exílio nessa minha mente atordoada.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

sem forças vitais

Eu não sei bem... Já não foi demais perder a única coisa que tinha realmente significativa importância na minha vida? Eu já aprendi a aceitar isso, a conviver com a ausência disso.  Mas preciso mesmo ter que enfrentar tantas almas sem caráter se envolvendo em minha vida? E aceitar tantas desilusões com pessoas que um dia tomei como grandes exemplos à seguir? Estou tão cansada de ser mal interpretada. De não ser levada à sério. Tem gente nesse mundo que parece só querer ver o mal dos outros. Eu paro e observo, e quem se empenha em fazer algo que torne melhor o dia de alguém aqui? Vocês são cruéis, são estranhos, vocês me fazem pensar que tudo isso que vocês fazem é normal. MAS NÃO É. Eu sei lá o que vocês querem. Mas depois de perder, aceitar minha derrota, ter que conhecer todos vocês, ter que me enojar com tudo isso, e desistir de sonhos bobos que eu cativava, eu só quero um pouco de paz.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Não sei como estou...

"E aí, como vai?" Eu perguntava à mim mesma em frente ao espelho. E caindo automaticamente para a caixinha de perguntas sem respostas, esta mesma se silenciava.
Já era verão, mas desde que o novo ano ingressara eu não me recordava de ver o sol. Tempestades de verão, isso era comum na minha cidade, mas eu também não me recordava se isso costumava se prolongar tanto.
Janeiro, um novo ano. Que não tinha nada de tão novo assim, as coisas continuavam quase iguais, só que molhadas. E eu, mais indiferente a cada nascer do sol. Tenho desconfiado que fiquei mesmo em um passado remoto. Não que eu acredite nessa superstição de ano novo, recomeço, vida nova, grandes mudanças... Pra mim intervalos são fins de ciclos, e os ciclos da vida das pessoas não tem data pra começar e acabar, e não se comemoram com votos de esperança, abraços e champagne. Então pra mim, 2012 seria uma continuação estranha de 2011.
Desconfiei de ficar no passado, mas na verdade, eu já havia ficado em partes há muito tempo, só que agora desconfio que fiquei por inteiro... Tenho estado meio distante, até de mim. E eu já não sei mais como me sinto, nem sei se sinto.
Há muito não escrevo, e nem penso em como estou, e sobre o que sinto. Estou esperando pelo fim de cada dia, ansiosa pelo fim dos próximos. Mas não tem sido tão ruim assim.
Sempre que me permito viajo, daqui mesmo desta cama que lhos escrevo, para a Itália, Veneza, sinto o cheiro imaginário de um lugar úmido e ensolarado, viajo para o corpo de Marlena, e amo um outro você. E essa é apenas uma de minhas agradáveis e aliviantes viagens pra longe dessa realidade. Já fui para mais distante, já chorei sentindo as dores de outras pessoas. E me distraí de mim. E fiquei pequeninha aqui dentro, e desaprendi sobre a minha própria dor, e fui feliz por outras pessoas.
Sabe, às vezes se deixar de lado é um ótimo remédio.