quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Sartre dissertando sobre como tenho passado
"Isso fui em mim, mais depressa ou mais devagar, não fixo nada, deixo correr. A maioria das vezes por não se ligarem a palavras, meus pensamentos permanecem nebulosos. Desenham formas vagas e agradáveis, submergem: esqueço-os imediatamente."
Devaneio litorâneo
Quero dar banho no meu filho de regador...
Eu quero café no bule de alumínio, com tintura branca desbotada.
Eu quero café no bule de alumínio, com tintura branca desbotada.
Sentimento falho, recente, passageiro
Pra ela é como despir-se de si mesma, isso de tentar conhecer e ser conhecida por um novo alguém. É como escalar uma grande montanha, para poder ver do ponto de vista de outrem, o sentindo da grande piada... E que escalada mais exauriente.
E ela estava ali. De pé, sob a mira dos holofotes, exatamente assim, nesta situação. Despida não só de suas vestes, mas tendo encarada a nudez de sua alma. Tendo seus olhos invadidos por um estranho. Ela se sentia o mais vulnerável de todos os seres. Não sabia o que dizer. E quanto mais lhe era dito, mais se calavam as suas próprias palavras.
Talvez, a sua visão limitada e peculiar - vinda de outra montanha distante - a deixasse constrangida. Tinha o seu próprio mundo, era feliz ali. Sentia-se incomodada com a presença de outros. Mas sorria. Porque sorrir é a maneira mais cortês de fazer prevalecer o seu silêncio.
E ela, que nunca fora tão habilidosa assim com as palavras ditas, que jamais tivera a coragem de gritar ao mundo com sua própria voz, ficara naquele momento ainda mais desprovida de palavras. Na mente, um turbilhão de informações. Da reforçada segurança dos lábios, nada transpassava.
Expressar-se, para ela, muitas vezes significava dar à outros o direito de julgá-la. E ela odiava julgamentos. Julgamentos são atos tão unilaterais e verossímeis para serem usados com seres humanos...
E ela estava ali. De pé, sob a mira dos holofotes, exatamente assim, nesta situação. Despida não só de suas vestes, mas tendo encarada a nudez de sua alma. Tendo seus olhos invadidos por um estranho. Ela se sentia o mais vulnerável de todos os seres. Não sabia o que dizer. E quanto mais lhe era dito, mais se calavam as suas próprias palavras.
Talvez, a sua visão limitada e peculiar - vinda de outra montanha distante - a deixasse constrangida. Tinha o seu próprio mundo, era feliz ali. Sentia-se incomodada com a presença de outros. Mas sorria. Porque sorrir é a maneira mais cortês de fazer prevalecer o seu silêncio.
E ela, que nunca fora tão habilidosa assim com as palavras ditas, que jamais tivera a coragem de gritar ao mundo com sua própria voz, ficara naquele momento ainda mais desprovida de palavras. Na mente, um turbilhão de informações. Da reforçada segurança dos lábios, nada transpassava.
Expressar-se, para ela, muitas vezes significava dar à outros o direito de julgá-la. E ela odiava julgamentos. Julgamentos são atos tão unilaterais e verossímeis para serem usados com seres humanos...
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